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2023

Poetas Cearenses

Antônio Thomaz

CONTRASTE

Quando partimos, no vigor dos annos,
Da vida pela estrada florescente,
As Esperanças vão comnosco á frente
E vão ficando atraz os Desenganos.

Rindo e cantando, céleres e ufanos,
Vamos marchando descuidosamente...
Eis que chega a velhice de repente,
Desfazendo illusões, matando enganos.

Então nós enxergamos claramente,
Quanto a existência é rápida e fallaz
E vemos que succede exactamente

O contrario dos tempos de rapaz :
- Os Desenganos vão comnosco á frente
E as Esperanças vão ficando atraz!

CONTRASTE

Quand nous partons, dans la vigneur de l´âge,
Par des sentires charmants e radoucis,
Nous trouvons les espoisres sur le passage...
Nous laissons em arrière les sourcis!

Riant, chantant, peut-être pas très sages,
Nous progressons superbes, éclaircis...
Mais voilà l´âge mur et ses présages
E tout espoir que sombre sans merci!

Nous comprenons, tout em nous émouvant,
Combien l avie est brève et mensongère...
Et qu´alors il se passe, bien souvent,

Du temps de la jeunesse le contraire:
Nous portons nos soucis — tous en avant;
Nous portons nos espoirs — tous en arrière!

A MORTE DO JANGADEIRO

Ao sopro do terral abrindo a vela,
Na esteira azul das águas arrastada,
Segue veloz a intrépida jangada
Entre os uivos do mar que se encapela.

Prudente, o jangadeiro se acautela
Contra os mil acidentes da jornada;
Fazem-lhe, entanto, guerra encarniçada
O vento, a chuva, os raios, a procela.

Súbito, um raio o prostra e, furioso,
Da jangada o despeja n´água escura;
E, em brancos véus de espuma, o desditoso.

Envolve e traga a onda intumescida,
Dando-lhe, assim, mortalha e sepultura
O mesmo mar que o pão lhe dera em vida.

Augusto Linhares

ALÉM, MUITO ALÉM...

Alongo os olhos da saudade, e a terra
Adusta vejo, qual se lê no poema:
— No horizonte ainda azula aquela serra,
Que foi meu berço e o berço de Iracema.

E o meu sertão em flor! E as vaquejadas...
E as alvas praias, verdes de coqueiros!
E os verdes mares, brancos de jangadas...
Como inda os vejo — os rudes jangadeiros!

De tudo aquilo ver, sonho acordado
Esquecendo reveses! E aos risonhos
E verdes anos meus volvo encantado!
Oh! como é verde o vale dos meus sonhos!

A SÊCA

Secaram-se de todos as lágrimas das fontes. GUERRA JUNQUEIRO.

Tudo a seca levou... Oh! maldição!
Tudo! O gado, o cavalo, a plantação...
Não cabe em peito humano tanta mágoa:
A fome, a sede, a peste, a morte — o inferno!
Só o homem resiste! e ainda espera o inverno,
Postos, no Céu, os olhos rasos d'água!...

A RENDEIRA

A rendeira o dia inteiro
Faz renda em sua almofada;
E em seu labor costumeiro
Nunca, nunca ela se enfada.

Bilros estala entre os dedos,
E ai, Jesus, como os estala!
Deles ouvindo os segredos,
Ouvindo deles a fala!

Os espinhos espetando
Para que a linha se prenda;
Vai tecendo, vai traçando
O seu desenho na renda.

E esta Aracne sertaneja,
Do meu torrão nordestino,
A vida inteira moureja,
Alheia ao próprio destino.

MÃE PRETA

Quando Dodora ao céu chegar — é minha crença,
E ao Chaveiro disser: — Dá licença, meu Santo ?
São Pedro, vendo-a, lhe dirá com certo espanto,
— Você, Dodora, não precisa de licença!...



E a porta lhe abrirá paternalmente. E ela,
Para de todo ser feliz numa tal hora,
Seu cachimbinho acende. Acende-o numa estrela;
Mas São Pedro lhe diz: — Não, aqui não, Dodora...

Barbosa de Freitas

UMA LÁGRIMA

A JOSÉ T. DE MIRANDA

"Repousa lá no céu eternamente
E eu viva cá na cerra sempre triste"
(Camões)



Morreu quem n'este mundo eu adorava,
Quem foi sempre na vida uma alegria!
Morreu aquele anjo que encantava
E que na terra chamado foi — Maria...

Legou-me a soledade, o pranto ardente,
A frieza fatal de uma aflição!...
E quem é que antevendo um morto ente
Não sente esmorecer-lhe o coração?!...

Alguém... mas eu que sempre a ouvia
Cantar, e sempre cheio de prazer,
Eu, que tive a desdita, oh! quem diria...
De vê-la em leito frio ali morrer!...

Expirou ao meu braço reclinada,
Lançou sobre mim o último olhar!...
Foi como o terminar d'uma alvorada"
Nas pavorosas ondas do alto mar!

Bomfim Sobrinho

NOIVADO FÚNEBRE

Negra tristeza o meu semblante encova.
Oh noiva minha, oh lírio meu fanado!...
Por que não vamos na mudez da cova
Em círios celebrar nosso noivado ?

Nos sete palmos desse leito amado,
Ao frio bom de uma volúpia nova
Embalará o nosso amor gelado
O coveiro a cantar magoada trova.

E os nossos corpos, gélidos, inermes,
Em demorados e famintos beijos
Serão depois roídos pelos vermes ;

E do leito final, que nos encerra,
Em plantas brotarão nossos desejos,
E nosso amor em flores sobre a terra.

Beni Carvalho

DESCENDO O JAGUARIBE

Outubro! O sol se esvai no ocaso poento,
À tarde entoando os salmos da agonia...
E pela encosta, e, pelo azul nevoento,
Passa, smorzando, ao longe, a ventania...

Por toda a natureza, um vão lamento
Curva-se à luz crepuscular, sombria;
E o mangue, a ramalhar, a litania
Da saudade, traduz na voz do vento.

Guaiam maretas brancas, uma a uma,
Como se um pranto em fio lhes brotasse
Dentre os flocos alvíssimos da espuma!

Esponta o luar no firmamento em fora:
Quanta tristeza, desse rio, nasce!...
Quanta saudade, nessas praias, chora!

CARLYLE MARTINS

ESTÓICO

Pelo caminho estreito em que ora sigo,
Pisando em cardos, sob um céu escuro,
Não vejo a paz serena de um abrigo,
Nem sol que aclare as trevas do futuro.

Encontrar leve alfombra não consigo,
Em toda parte o solo é áspero e duro,
Mas, no árduo impulso do vigor antigo,
Em seguir a jornada me aventuro.

Viva eu a dores infernais sujeito,
Pedradas rudes batam no meu peito,
Pervague à toa, esquálido e sozinho,

Sei que a mágoa da vida é transitória,
E hei de um dia cantar, de amor e glória,
Vendo estrelas e sóis no meu caminho.

CONTEMPLAÇÃO

Sempre a existência é calma nesta vila,
Onde os dias parecem ser mais lentos,
Toda paisagem mostra-se tranqüila ,
Sem vislumbres de queixas e tormentos.

Ao longe a serra, aberta em flor, se anila,
Envolvida em lençóis longos, cinzentos...
O gado passa, em demorada fila,
A mugir em tristíssimos lamentos.

Rincão de sonho e paz, nele consigo
Versos fazer a certo amor antigo,
Que floresceu em minha mocidade.

E quando a note vem, calma e sombria,
Diante do céu, minha alma se extasia,
Lembrando os dias idos, com saudade.

VESPERAL

A Leila Míccolis

No silêncio da tarde ansiosa que esmorece,
Aos lampejos do sol, que no ocaso declina,
Penso que aos céus se eleva o surto de uma prece,
Entre espirais de luz violácea e purpurina.

Verdeja muito ao longe a luxuriante  messe,
Que encanta os corações e o espírito domina.
Do açude, como espelho ideal que resplandece,
Ouço o lento rumor das águas em surdina.

Aproxima-se a noite, ensombrado o horizonte,
Vislumbra-se o perfil azulado de um monte,
De sombras um cortejo envolve a imensidade.

Hora de indecisão, de torpor, de agonia,
Em que existe inquietude, ante a morte do dia,
E espalha-se por tudo a névoa da saudade.

CélSAR LEAL

ANTÔNIO CONSELHEIRO

Cheguei à Terra e em Canudos fiquei.
Cercado pelo muro das colinas
A missão do destino comecei.

Uma Igreja de rústica beleza
De pedra e cal ergui até os céus
Ao Ministro maior da natureza.

Ao concluir a enorme Catedral
Olhei a torre, levando até o bronze
A força do metal contra o metal.

Quando o sino vibrou tremeu a Terra.
A luz do Setestrelo se apagou
E contra os meus moveu-se o anjo da guerra.

(Uma guerra com um tiro se inicia
E logo se propaga como um fogo
Assim a de Canudos principia.)

Não quis lutar nem luta desejei
E se lutei foi para honrar a vida
Ao ver banhada em sangue a minha grei.

A arte da guerra eu ensinei aos meus
Ao enfrentar canhões com espingardas
— Tal arte o militar não aprendeu.

Por nove luas o sol da artilharia
Descia com seus raios sobre o vale
— À noite nossa prece ao Céu subia.

Quando o arraial de obuses foi coberto
Saí ao campo e um mar de baionetas
Eu enfrentei de peito descoberto.

E aqueles cuja face foi banhada
No branco olhar da morte viram a Vida
Da carne ainda aos ossos agarrada.

E foi descendo em nós treva profunda
Enquanto a cada dia novos corpos
Já carne aos brancos ossos não circunda.

Baixaram até o solo o meu povoado
E o Sacrário tão caro a nosso povo
Pelo inimigo foi despedaçado.

Soube o Brasil assim quanto eram fortes
Aqueles cujo sangue misturaram
Ao sangue dos irmãos, juntos na morte.

Sei que ganhei porque não fui vencido:
Nas minhas mãos a Cruz jamais tremeu
Ante a Espada feroz do inimigo

Do meu viver sempre haverá memória.
Lembro os algozes: dizem " Tiradentes!"
Sem exemplos seguir, de sua história

Aqui estou meu Deus com Vossa Lei
E com meu povo vivo eternamente,
Tomei-me um Mito e um mito

é mais que um Rei

Por isso estou aqui com minha gente.

CLODOALDO DE ALENCAR

ÊXTASE:

“Olhas-me, assim, tão dentro da retina,
com tanto afeto, com meiguice tanta
que o próprio coração se me quebranta
e a alma se eleva à placidez divina.

Que torpor indizível nos domina!
Quanta doçura nos teus olhos! Quanta!
As palavras sucumbem, na garganta,
Como gorjeios de aves em surdina...

O próprio vento, muito de mansinho,
para não perturbar nossa quietude,
oscula-te o cabelo em desalinho...

Sinto, então, meu amor, em tais instantes,
Que o mundo é belo em toda a plenitude,
no milagre dos olhos dos amantes!”



                        Do livro Orós, 1961

O VARREDOR DE RUA

A Hora morta da noite, à hora calada,
quando a cidade dorme, ei-lo varrendo
a rua, que se alonga, abandonada,
como uma enorme cobra se estendendo...

Varre, e, a cada morosa vassourada,
respira a poeira: tosse; e, assim sofrendo,
à proporção que lima a rua, nada
no pó do lixo e, aos poucos, vai morrendo.

Quando, às vezes, o encontro no trabalho,
limpando a via pública, tossindo,
morrendo assim para viver, presumo

que um homem vale tanto quanto valho,
— porque eu, que varro da alma um sonho findo,
na sua própria poeira me consumos...

De Archotes, 1933.

O DESTINO DOS CARDOS

A bateia do sol cessa o cascalho do ouro,
no afã paradoxal de empobrecer a terra.
A cobra para, a ave se assusta, o gado berra,
em face da exaustão do último bebedouro.

Tristonhos, braços no alto, à orla incolor da serra,
— soldados naturais da guarda de um tesouro —
velhos mandacarus como que fazem coro
ao suplicar a paz, destroçados na guerra.

Ao lado, a estrada-real, que se perde à distância,
desenrola o novelo infindável da leva
de sertanejos massacrados desde a infância...

Mas, os mandacarus, que são mais infelizes,
vão cumprindo — (que horror!) — que na luz, quer na treva,
a pena de prisão através das raízes...



                                            Do livro Orós, 1961

COSME FERREIRA FILHO

RECOMPENSA

Minha glória maior, meu bem superno,
foi conduzir-te, ó minha noiva, pura!
Nem meu amor, misto de Céu e Averno,
violou do teu lábio a extrema usura.

Foste a virgem castíssima, em eterno
êxtase doloroso, ante esta obscura,
esta rude agonia em que me interno,
como em feroz e ríspida clausura.

Mas teu prêmio virá, em glória, em canto,
em festa, em luz doirando-te os caminhos,
que rorejaste com teu níveo pranto;

Pois teu noivar de trevas e amarguras
não imolou a seara dos caminhos
em lascivas colheitas prematuras!

DANIELL MAZZA

Os jasmins

Escolha do fado, estranho mistério:
Vicejou no recanto de meu jardim
Um jasmim, e brotou um outro jasmim
Sobre o funesto chão de um cemitério.

“Coitada de ti, flor pálida e infausta,
Tens por berço as covas...  Não tens amigos!
Na triste companhia de jazigos,
Vives nessa terra pútrida e exausta!”

“Escuta: fica com o teu jardim
Pomposo para ti... Cada dia viceja
Onde prescreve a Providência, assim,

Amo esses solos sujos, solo pulcros,
Pois vivo neles, e nada há que que seja
Para mim mais belo que esses sepulcros!”

DIMAS CARVALHO ( Brasil – Ceará )

Poeta. Professor da UVA – Universidade do Vale do Acaraú e membro da Academia Sobralense de Estudos e Letras. (...) O grande poeta do Acaraú, Dimas Carvalho, nos brinda com mais um livro de sonetos, sua especialidade. Dimas é considerado hoje pela crítica especializada o maior poeta vivo do Ceará.

FRANCISCO CARVALHO ( 1927-2013 )

SONETO À RENDEIRA

O linho é uma oração remota, nesse
fluir fabril de fio para a flor.
Move-se o coração da moça, e esquece
o tempo prisioneiro, em derredor

da sombra esguia que à almofada tece.
Move-se, em seu afã modelador
de paz, o mito imemorial da prece
que do limbo da morte inventa o amor.

Movem-se dentro dela o sol e o vento.
Move-se o mar, e os pórticos se movem
das águas em perpétuo movimento...

Move-se a gênese em seu corpo jovem.
E, enquanto o olhar medita, os dedos tecem
gestos de amor que os lábios não conhecem.

SONETO A CAPITU Oh! flor do céu! Oh! flor cândida e pura! Desce do olimpo à terra prometida. Quando eu remava a barca da loucura, tu pisavas meu versos, distraída. Tua nudez é o mito que se cala para escutar os olhos de quem ama. Falo à serpente, mas a minha fala entre em teu corpo e nele se derrama. Não dês ouvido às súplicas dos bardos, ó pastora do vento e suas crias. Podes mata-los com teus negros dardos. Do amor se diz que é o fio da navalha. Ao vendaval dos sonhos e dos dias, perde-se a vida, ganha-se a batalha.

FRANCISCO DE PAULA NEI

Francisco de Paula Ney (Aracati, 2 de fevereiro de 1858 — Rio de Janeiro, 13 de novembro de 1897) foi um poeta, jornalista que marcou o boêmio Rio de Janeiro da belle époque. Era amigo de Aluízio Azevedo e Olavo Bilac.

SONETO

[dedicado a FORTALEZA, Ceará, Brasil]

Ao longe, em brancas praias embalada Pelas ondas azuis dos verdes mares, A Fortaleza, a loura desposada Do sol, dormita à sombra dos palmares.

Loura de sol e branca de luares, Como uma hóstia de luz cristalizada, Entre verbenas e jardins pousada Na brancura de místicos altares.

Lá canta em cada ramo um passarinho, Há pipilos de amor em cada ninho, Na solidão dos verdes matagais...

É minha terra! A terra de Iracema, O decantado e esplêndido poema De alegria e beleza universais!

A ABOLIÇÃO

A justiça de um povo generoso,
Pesando sobre a negra escravidão,
Esmagou-a de um modo glorioso,
Sufocando-a com a lei da Abolição.

Esse passado tétrico, horroroso,
Da mais nefanda e torpe instituição,
Rolou no chão, no abismo pavoroso,
Assombrado com a luz da Redenção.

Não mais dos homens os fatais horrores,
Não mais o vil zumbir das vergastadas,
Salpicando de sangue o chão e as flores.

Não mais escravos pelas esplanadas!
São todos livres! Não há mais senhores!
Foi-se a noite: só temos alvoradas!

SEM TÍTULO Aquele piano, que ontem soluçava, Triste e dolente, a doce cavatina Dos teus olhos, oh! lânguida bonina, Parecia uma órfã que chorava... Parecia uma nuvem que espalhava A branda luz da estrela matutina; Parecia uma pomba que arrulhava Na orla verde-negra da campina. E eu chorava também... Tinha em meu peito A dor da ausência, o perenal martírio Dum grande amor passado e já desfeito! Então, pedia às brisas que corriam, Puras e leves, como o odor do lírio, Para falar-te; e as brisas me fugiam...

A TRANÇA Esta santa relíquia imaculada, De teu saudoso amor, esta lembrança, Da vida que fugiu, arrebatada, Ligeira, como um sonho de criança, Nos sonos de uma noite de bonança... - Eu guardo, junto a mim, oh! noiva amada, Enquanto minha vista não se cansa De vê-la e adorá-la, extasiada! Com o fio desta trança, tão escura, Tão negra, sim - que até minha amargura Lhe invejaria a cor - e tão macia... Quais pétalas de rosa, eu teço, à noite, Da viração sentindo o brando açoite, - O epitáfio de minha campa fria!...

DE VIAGEM Voa minh'alma, voa pelos ares, Como o trapo de nuvem flutuante, Vai perdida, sozinha e soluçante, Distende as asas tuas sobre os mares! Leva contigo os lânguidos cismares, Que um dia acalentaste, delirante, Como acalenta o vento roçagante, A copa verde-negra dos palmares. Atira tudo isso aos pés de Deus, Lá onde brilha a luz e estão os céus E virgens mil c'roadas de verbena. Isto que já brilhou como uma estrela, _ Adeus! dirás, só pertenceu a ela, Corpo de um anjo, coração de hiena!

ADORAÇÃO Tu és minha, afinal! Enfim, te vejo Sobre os meus braços, lânguida, prostrada, Enquanto em tua face, descorada, Os lábios colo e sorvo-te num beijo. Vibra em minh'alma o lúbrico desejo, De assim gozar-te a sós, abandonada, De sentir o que sentes, minha amada, De escutar-te do peito o doce arpejo! Quando, entretanto, eu sinto que teu seio Palpita delirante em doido anseio, Como a luz que do sol à terra emana, Eu digo dentro em mim: se eu te manchara, Se eu te manchara, Flor, ai! não te amara, Oh! branca espuma da beleza humana!

FRANCISCO LEITE SERRA AZUL

OS RADIADOS

Lá nas profundidades dos Oceanos, seres radiados e fosforescentes têm como única luz nesses arcanos os fogos de seus corpos imanentes.
    São  reservas do Sol que, há milhões de anos, a Natureza em mágicas correntes, por instinto ou desígnios soberanos, secreta aos microscópicos viventes.
    Assim também desperto ou adormeço no oceano da ignorância de usurários que vedam a justiça que encareço...
    E embora sem auxílios  peregrinos, viva o projetar luz como os radiários nesses profundos vales submarinos.


EXORTAÇÃO A JOÃO HENRIQUE

Não mintas nunca, filho, que a mentira é um vício mau que degenera tudo... Eu já sou velho, e, embora me pretira, quando ignoro a verdade, fico mudo!
    No verdadeiro amor teu estro inspira; da Razão e da Fé faz teu escudo: A prática do Bem tendo como mira, e, do Progresso, a Ciência por escudo.
    Dá pelo bem de todos quanto valha teu esforço no fogo das pelejas: produz, vive, ama, ri, canta e trabalha;
    que enquanto o que é trivial me desilude, meu único desejo é que tu sejas o que eu quisera ser, porém não pude!


NO DECLÍNIO ...

No  ano mil novecentos e cinquenta, cinquenta e sete anos temos nós, querida; somos da mesma idade, e, em nossa lida, cada vez mais o amor em nós aumenta.
    Se olhamos para a estrada percorrida no passado, uma luz nos aviventa, e nos leva, a sorrir, aos sessenta, setenta, oitenta ou mais anos de vida!
    E haveremos de chegar, assim, velhinhos, percorrendo as escarpas tenebrosas da vida, no mais suave dos caminhos,
    colhendo nela as messes venturosas: pois se encontramos pela vida espinhos, por entre espinhos, apanhamos rosas!

AURORA ( Antiga venda )

À margem do Salgado instalou venda De comida e bebida Dona Aurora Que servia de oásis, rancho e tenda Ao viajante, acolhendo-o a qualquer hora.
    Era a ribeira que sulcava a senda Do litoral ao Cariri, outrora Vem depois da uma igreja, uma vivenda. Outra e mais outra e em povoação se enflora.
    Não sei se o mais é tradição ou lenda. Sei que foi vila e que é cidade agora. E a sua história é trágica e tremenda!
    É a terra do meu berço, esta que, embora Tivesse o nome mercantil de venda, Tem hoje o nome fúlgido de Aurora.

O Nome da Rosa

Pessoas

  • Abu Bakr Ahmad ben Ali ben Washiyya an-Nabati

    • Ibn Wahshiyyah o Nabateu foi um alquimista, agricultor, toxicologista, egiptólogo e historiador árabe, nascido em Qusayn, perto de Cufa, no Iraque. Ele foi o primeiro historiador a ser capaz de, pelo menos em parte, decifrar o que foi escrito nos antigos hieróglifos egípcios, relacionando-os à linguagem copta de sua época.
    • https://pt.wikipedia.org/wiki/Ibn_Wahshiyya
  • Abu Bakr-Muhammad Ibn Zaka-riyya ar-Razi, que num Liber continens

    • Rasis é o nome latinizado de Abū Bakr Muhammad Zakariyyā Rāzī. Foi um Persa polímata, alquimista, filósofo e uma importante figura na história da medicina, muitas vezes tido como o maior médico do mundo islâmico. Ele também escreveu sobre lógica, astronomia e gramática. He was known in the fields of both medicine and chemistry and undertook chemical experiments to create medicines to treat particular diseases. He followed a scientific approach in his research using the methods of monitoring and observation, which gave his chemical experiments a special value. Among Europeans, al-Razi's most sought after work was his Kitab al-Hawi fi al-tibb (The comprehensive book on medicine), which was translated into Latin in 1279 under the title Continens Rasis by Faraj ben Salim, a physician of Sicilian-Jewish origin employed by Charles of Anjou to translate medical works. This book is also known in Latin as Continens Liber and in English as The Virtuous Life.
    • Liber continens, mencionado no livro é o descrito acima.
    • https://www.loc.gov/item/2021666821/
  • Adhelm de Malmesbury

    • foi um abade da abadia de Malmesbury, bispo de Sherborne, poeta em latim e estudioso da literatura em inglês antigo, nasceu antes de meados do século VII. Adelmo introduziu a Regra de São Bento.
    • https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Adelmo
  • Alan das Ilhas

  • Alan das Ilhas
  • Algirdas de Cluny, o Doctor Quadratus

  • Alhazen compôs um tratado De aspectibus

    • compôs um tratado De aspectibus
    • Nascido em Basra no ano de 965 da Era Comum (354 da Hégira), Ibn al-Haytham, conhecido no Ocidente pelo cognome Alhazen
    • sendo chamado de “o segundo Ptolomeu” e “o primeiro verdadeiro cientista”, uma vez que foi um dos primeiros a usar um método científico de fato.
    • magnum opus “Livro da Óptica” (Kitab al-Manazir) traduzida para o latim (onde lhe foi dada a alcunha de al-Haytham pelo tradutor europeu) sob o nome De Aspectibus.
    • https://historiaislamica.com/pt/ibn%20al%20haytham%20alhazem%20optica/
  • Alinardo de Grotaferrata

    • um dos personagens do livro
  • Altopascio

  • Ângela de Foligno

    • foi uma mística e santa cristã nascida em Foligno, na Umbria, Itália, em 1248.
    • Oriunda de família rica, casou-se cedo e teve vários filhos. Aos 37 anos, com a morte de seus filhos, marido e pais, ingressou na Ordem Terceira de São Francisco.
    • Ângela de Foligno deixou inúmeros escritos de natureza mística, incluindo uma ampla autobiografia. Dedicou-se à meditação do mistério da paixão de Jesus Cristo; às atividades de oração e prática da caridade. Segundo seus relatos teve visões místicas.
    • Morreu em Foligno, na Itália, no dia 4 de janeiro de 1309. O seu corpo incorrupto encontra-se exposto na Igreja de São Francisco dessa mesma cidade.
    • Foi beatificada pelo Papa Inocêncio XII em 1693 e canonizada pelo Papa Francisco em 2013.
    • Os seus escritos foram publicados sob título de Theologia crucis.
  • Angelo Clareno

    • Originalmente conhecido como Pietro da Fossombrone , nasceu por volta de 1248, e ingressou na ordem franciscana por volta de 1270. Acreditando que a regra de São Francisco não estava sendo observada e interpretada de acordo com a mente e o espírito do Pai Seráfico, retirou-se para uma ermida. com alguns companheiros e formou um novo ramo da ordem conhecido como "Clareni". A influência dos escritos proféticos de Joaquim de Floris, um abade calabresa, sobre Ângelo e seus seguidores, e de fato sobre os "Espirituais" em geral do século XIII, não pode ser superestimada.

    • Pela Bula do Papa Sisto IV , intitulada Dominus Noster Jesus Christus , os "Clareni" foram ordenados a unir-se ao corpo principal dos Franciscanos e colocados sob a obediência do Ministro Geral. Mas o número de seguidores de Angelo era pequeno; e a sua chamada reforma trouxe sobre si mesmo, em particular, e sobre os "Clareni" em geral, o suspeito desfavor dos Frades Menores, que não estavam preparados para aceitar a interpretação extrema da regra de São Francisco que Ângelo tinha adoptado. O Ministro Provincial fez com que Angelo e alguns outros líderes "fanáticos" fossem presos em Roma como hereges e cismáticos. Eles ficaram presos por nove anos quando, em 1289, um novo provincial, Raymond Gaufredi , ordenou que fossem libertados.

    • Em 1311, ele veio a Avignon para responder a uma acusação de heresia que havia sido movida contra ele. Ele foi finalmente absolvido após um exame tedioso e minucioso. Ângelo deixou Avinhão, no final de 1312, para ir para Maiorca, onde permaneceu quase dois meses, com o príncipe Filipe, filho de Jaime I de Maiorca. Retornou a Avinhão na primavera de 1313, mas diante da hostilidade dos franciscanos da Toscana, refugiou-se na Sicília, sob a proteção de Frederico III de Aragão.

    • Em 1317, o Papa João XXII, na bula Sancta Romana Ecclesia aboliu todos os grupos franciscanos dissidentes. Ângelo foi então forçado a ingressar na congregação dos Celestinos, mas o procurador dos Celestinos recusou-se a permitir-lhe permanecer nos mosteiros Celestinos: em vez disso, foi recebido pelo abade beneditino Bartolomeo no Sacro Speco di Subiaco. De lá envia cartas circulares aos seus frades que vivem em ermidas ou dispersos em conventos.

    • É provável que os Fraticelli, que Simone posteriormente defendeu com sucesso contra os dominicanos nos tribunais civis de Florença (c. 1355), onde ele então pregava, fossem adeptos de Clareno.

    • Angelo Clareno é o autor, pelo menos em grande parte, da Chronica septem tribulationum Ordinis Minorum , que registra as perseguições sofridas pelos "Espirituais", [8] começando pelas inovações feitas durante a estadia de São Francisco no Oriente.

    • https://m.facebook.com/FreiAngeloClareno/photos/a.666521560029501/1211700595511592/?type=3

  • Arnaldo Amalrico

    • Arnaldo Amalric, Amalarico, Amalrico, Amaury o Almeric (Narbona, 1160-Fontfroide, 26 de septiembre de 1225) fue abad, inquisidor, legado papal y arzobispo francés.
    • Miembro de la Orden del Císter. Fue abad de Poblet y después de Císter en 1200-1212.[1]​ En 1204 fue nombrado legado papal por Inocencio III en Occitania e inquisidor.
    • En 1209 dirigió la cruzada contra los albigenses.
    • La orden cisterciense (en latín: Ordo Cisterciensis, O.Cist.), igualmente conocida como orden del Císter o incluso como Santa orden del Císter (Sacer Ordo Cisterciensis, S.O.C.), es una orden monástica católica reformada. Tienen como regla la de san Benito, la cual aspiran seguir en forma estricta. Nacieron en 1098 como una reacción de la relajación que consideraban que tenía la Orden benedictina de Cluny (de 910), queriendo volver al espíritu original de la Orden de San Benito (de 529). Su origen se remonta a la fundación de la Abadía de Císter por Roberto de Molesmes.
  • Arnaldo de Brescia

    • Arnaldo de Bréscia (Bréscia, 1090 ou 1105? — Roma, 1155), também conhecido por Arnoldo da Brescia, ou simplesmente por Arnaldus foi um monge católico e reformador religioso discípulo de Pedro Abelardo.[1] Ele exigiu que a Igreja renúncia seu direito de ter propriedade e participou da fracassada Comuna de Roma.
    • Exilado pelo menos três vezes ao longo da vida, ele foi eventualmente capturado e enforcado por ordens do Papado, tendo seu corpo posteriormente queimado e suas cinzas jogadas no rio Tibre. Apesar dele ter falhado como reformador e líder político, seus ensinamentos sobre pobreza apostólica ganhou proeminência após sua morte entre os "Arnoldistas" e também com os valdenses e os fraticellis.[2] Muitos o colocam como um dos precursores da Reforma Protestante.
    • https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Arnaldo_de_Br%C3%A9scia

Arnaldo de Brescia

  • Arnaldo de Villanova

    • foi um alquimista, astrólogo e médico.
    • Foi incontestavelmente o mais importante médico do mundo latino medieval, comprometido também em questões político-religiosas de seu tempo.
    • expôs amplamente suas teorias sobre o próximo fim do mundo e da reforma necessária da Igreja Católica. A repulsa dos teólogos de Sorbonne, que condenaram seu Tractatus de tempore adventu Antichristi,
    • em 1302, polemizando violentamente com os dominicanos que rechaçam suas ideias; em 1304, protestando ante o conclave reunido em Perúsia… (essa cidade é mencionada).
    • Arnaldo também intervém nas dissidências do franciscanismo estrito ou as tensões entre a Santa Sé e o rei da Sicília.
    • comprometido no movimento dos espirituais.
    • https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Arnaldo_de_Vilanova
  • Averroes

    • foi um polímata cuja obra abrange uma gama diversificada de assuntos, incluindo filosofia, teologia, medicina, astronomia, física, jurisprudência, direito islâmico e linguística. Seus trabalhos filosóficos incluem numerosos comentários sobre Aristóteles, motivo pelo qual Averróis ficou conhecido no ocidente como "O Comentador". Também serviu como juiz e médico.

    • As traduções de sua obra despertaram um novo interesse na Europa Ocidental pelas obras de Aristóteles e de pensadores gregos em geral. Seus pensamentos geraram controvérsias na cristandade latina, desencadeando um movimento filosófico baseado em seus ensinamentos — chamado Averroísmo — e também condenação pela Igreja Católica em 1270 e 1277. Embora enfraquecido pelas condenações e pela crítica levantada por Tomás de Aquino, o averroísmo latino permaneceu atraindo seguidores durante o século XVI.

    • No âmbito religioso, a sua interpretação do Corão propõe que há verdades óbvias para o povo, místicas para o teólogo e científicas para o filósofo e estas podem estar em desacordo umas com as outras. Havendo o conflito, os textos devem ser interpretados alegoricamente. É daí que decorre a ideia que lhe é atribuída de que existem duas verdades, onde uma proposição pode ser teologicamente falsa e filosoficamente verdadeira e vice-versa.

    • Os averroístas aceitam, com Aristóteles, a concepção de Deus como motor imóvel que move eternamente um mundo eternamente existente não feito nem conhecido por ele. Esta tese da eternidade do mundo choca-se com as concepções cristãs. Postulam que a alma individual do homem é perecível e corruptível; isto é, não é imortal. Finalmente, os averroístas defendem a teoria da dupla verdade: a teológica ou da fé e a filosófica ou da razão. Portanto, é verdade, de acordo com a fé, que a alma é imortal e o mundo é criado; mas também é verdade, de acordo com a razão, que a alma é corruptível e o mundo é eterno. Daqui se retirou, nos séculos XVIII e XIX, a defesa de uma total autonomia da razão perante a fé, que se opõe à tese agostiniana de que a verdade é única. As teses averroístas mais radicais foram condenadas pela Igreja Católica. Tomás de Aquino, tendo sido um seguidor de Averróis, opôs-se no entanto ao seu naturalismo exclusivamente racional. Ernest Renan, o célebre autor francês da Vida de Jesus, onde se nega toda e qualquer intervenção

  • Avicena

    • foi um polímata persa que escreveu tratados sobre vários assuntos, dos quais aproximadamente 240 chegaram aos nossos dias. Em particular, 150 destes tratados se concentram em filosofia e 40 em medicina.

    • O "avicenismo" também teve influência na Europa medieval, particularmente as suas doutrinas sobre a alma e a distinção entre existência-essência, principalmente por causa dos debates e tentativas de censura que elas provocaram na Europa escolástica. Essa situação foi particularmente visível em Paris, onde o “avicenismo” foi proscrito em 1210. Mesmo assim, a sua psicologia e a sua teoria do conhecimento influenciaram William de Auvergne e Alberto Magno, enquanto que a sua metafísica teve impacto no pensamento de Tomás de Aquino.

  • Ayyub al Ruhawi

    • foi um autor do século IX do primeiro livro de ética médica na medicina árabe .
    • Sua Ética do Médico contém a primeira descrição documentada para processos de revisão por pares . Os processos forneceram os fundamentos dos processos de revisão por pares, onde os médicos árabes em exercício eram avaliados por pares sobre o tratamento médico que prestam aos seus pacientes. Se o tratamento de um paciente foi feito incorretamente com avaliações negativas por pares, o médico estará sujeito a uma ação judicial.
    • Ele compilou duas obras baseadas em Galeno.
    • JOB de Edessa, “Job the Spotted”, ou Ayyub ar-Ruhawi, nasceu em Edessa, possivelmente por volta de 760 DC, e parece ter sobrevivido até cerca de 835 DC. um dos primeiros e mais prolíficos tradutores de Aristóteles e Galeno para uma língua oriental. Além das traduções, escreveu muitas obras originais, das quais apenas duas ainda existem, nomeadamente, um tratado sobre a hidrofobia canina e o “Livro dos Tesouros” que o Dr. Mingana aqui editou e traduziu de um manuscrito único exemplar numa biblioteca europeia em sua própria coleção. O “Livro dos Tesouros”, provavelmente escrito por volta de 817 d.C., é uma espécie de enciclopédia filosófica e científica; proporciona uma perspectiva clara da formação intelectual de Bagdá sob Harun ar-Rashid e Al-Ma'miin, e mostra que, embora Aristóteles e outros escritores gregos fossem considerados os grandes mestres do conhecimento secular, a independência de pensamento era mais prevalente do que poderia ser esperado.
  • Basílio de Ancira

    • foi um padre, bispo e mártir cristão em Ancira, Galácia (atual Ankara, Turquia).
    • Basílio foi preso durante a perseguição aos cristãos de Juliano, o Apóstata. Corajosamente, ele foi até o imperador, que estava visitando Ancira, e professou abertamente sua fé e pregou contra os sacríficios e oferendas ao imperador romano. Ao refutar abertamente um sacrifício em andamento com uma oração, foi preso imediatamente. Ele foi torturado - tiras de pele foram retiradas de suas costas - e executado em 26 de junho de 362 por uma surra com ferros quentes.
  • Baylek al Qabayaki

    • foi um estudioso egípcio conhecido pela obra árabe que é um livro é um dos primeiros tratados árabes que menciona o uso de bússolas magnéticas flutuantes para navegação. Ele descreveu o uso de uma agulha flutuando na água, usada a bordo de um navio entre Trípoli e Alexandria. O livro foi traduzido para o francês por Julius Klaproth e mais tarde por Clement Mullet em 1868.
  • Beato de Liébana

    • foi um monge do Mosteiro de São Martinho de Turieno (actual Mosteiro de São Turíbio de Liébana, na comarca de Liébana, nos Picos da Europa). A sua obra mais conhecida é o Comentário ao Apocalipse de São João (Commentarium in Apocalypsin), de grande difusão durante a Alta Idade Média, devido ao seu trabalho no campo da teologia, política e geografia.
    • Escreveu os "Comentários ao Apocalipse" de São João (Commentarium in Apocalypsin) em 776. Dez anos depois, em 786, redige a versão definitiva. Nesta versão pretende fazer frente à crise que atravessava a Igreja na altura, e tenta demonstrar que detém a traditio sobre a chegada e predicação do apóstolo Santiago em Espanha. Para isso baseia-se em certas passagens do livro Breviário dos Apóstolos.
    • Estes Comentários contêm também um dos mais antigos mapa-múndi do mundo cristão.
  • Bernard Délicieux,

  • Bertrando de Poggetto
  • Béziers
  • Cesário de Eisterbach.
  • Clara de Montefalco
  • Clara de Montefalco!
  • Deusteguarde de Florença?
  • Guilherme dAlvernia em seu De legibus?
  • Guilherme Durando.
  • Honório Augustodunense
  • Isidoro de Sevilha
  • Al Kuwarizmi, Tabulae.
  • Aquinate,
  • Dulcino de Novara? Ouvi falar.
  • Gherardo Segalelli
  • Gherardo Segalelli de Parma?
  • Gherardo Segalelli,
  • Gioacchino de Fiore
  • Guido Putagio,
  • Ibn Hazm,
  • Isidoro de Sevilha,
  • Jacques Fournier
  • João de Jandun,
  • Kyrie.
  • Magnus de Iona,
  • Marsílio de Pádua e João de Jandun,
  • Michele de Cesena,
  • Nicola de Morimondo,
  • Obizzo de Parma
  • Pacifico de Tivoli.
  • Paulo Milmoscas,
  • Pedro de Maricourt,
  • Pentagonun Salomonis.
  • Perugia,
  • Rabán de Toledo,
  • Remigio de Varagine
  • Salimbene,
  • Santa Hildegarda:
  • Ubertino
  • Walter Map
  • As tabelas astronômicas de Al Kuwarizmi, traduzidas por Adelardo de Bath!
  • Gaspar, Melchior, Merquisard.
  • Licurgo mandou erigir uma estátua ao riso.
  • Mane, Tekel, Fares,
  • Darii,
  • frei Dulcino
  • Geórgicas?
  • levar Gherardo aos cepos.
  • Margherita ser feita em pedaços diante dos olhos de Dulcino, e gritava, degolada que estava, pobre corpo que uma noite eu também tocara E

Latim

  • hic lapis gerit in se similitudinem coeli,
  • Penitentiam agite, appropinquabit enin regnum coelorum.
  • Quod enim laicali ruditate turgescit non habet effectum nisi fortuito, dizia.
  • Sed opera sapientiae certa lege vallantur et in finem debitum efficaciter diriguntur.
  • ut sit exiguum caput et siccum prope pelle ossibus adhaerente, aures breves et argutae, oculi magni, nares patulae,
  • Abigor, pecca pro nobis Amon, miserere nobis Samael, libera nos a bono Belial eleyson Focalor, in corruptionem meam intende Haborym, damnamus dominum Zaebos, anum meum aperies Leonardo, asperge me spermate tuo et inquinabor
  • Age primum et septimum de quatuor e todos entoaram: In finibus Africae, amen. Então todos sederunt.
  • Causam languoris video nec caveo!
  • Charta lintea,
  • De hoc satis,
  • Equus albus.
  • Graecum est, non legitur,
  • homeni malíssimos
  • Hunc mundum tipice laberinthus denotat ille,
  • In nomine Domini amen. Hec est quedam condemnatio corporalis et sententia condemnationis corporalis lata, data et in hiis scriptis sententialiter
  • Intranti largus, redeunti sed nimis artus.
  • Isa ibn Ali, De oculis, Alkindi, De radiis stellatis
  • Liber monstrorum de diversis generibus.
  • Ludere me libuit, ludentem, papa Johannes, accipe. Ridere, si placet, ipse potes.
  • nigra et amara
  • Non in commotione, non in commotione Dominus.
  • O sidus clarum puellarum,
  • Omnes enim causae effectuum naturalium dantur per lineas, angulos et figuras. Aliter enim impossibile est scire propter quid in illis,
  • per Dominum moriemur.
  • Pulchra sunt ubera quae paululum supereminent et tument modice,
  • qui animam corpori per vitia conturbationesque commiscent, utrinque quod habet utile ad vitam necessarium demoliuntur, animamque lucidam ac nitidam carnalium voluptatum limo perturbant, et corporis munditiam atque nitorem hac ratione miscentes, inutile hoc ad vitae officia ostendunt.
  • Salva me ab ore leonis,
  • Tertius equi,
  • Ut cachinnis dissolvatur, torqueatur rictibus!
  • (secretum finis Africae manus supra idolum age primum et septimum de quatuor),
  • actus appetitus sensitivi in quantum habent transmutationem corporalem annexam, passiones dicuntur, non autem actus voluntatis.
  • Ad conditorem canonum
  • Apocalypsis Iesu Christi,
  • Apocalypsis Iesu Christi.
  • appetitus tendit in appetibile realiter
  • aqua fons vitae.
  • aut semel aut iterum medium generaliter esto,
  • Cecidit de coelo stella magna.
  • consequendum ut sit ibi finis motus.
  • Corona regni de manu Dei,
  • corpos et cuncta erant bona.
  • Costat nobis etiam ex predictis et ex dicta sententia lata per dictum dominum episcopum florentinum,
  • Cum venerabiles enumera
  • De aspectibus de Alhazen
  • De bestiis.
  • de dictis cujusdam stulti  II. syr. libellus alchemicus aegypt
  • Dei pullulans in radice fidei,
  • dictum Johannem fore hereticum, nolle se tantis herroribus et heresi corrigere et emendare, et se ad rectam viam fidei dirigere, habentes dictum Johannem pro irreducibili, pertinace et hostinato in dictis suis perversis herroribus, ne ipse Johannes de dictis suis sceleribus et herroribus perversis valeat gloriari, et ut eius pena aliis transeat in exemplum; idcirco, dictum Johannem vocatum fratrem Micchaelem hereticum et scismaticum quod ducatur ad locum iustitie consuetum, et ibidem igne et flammis igneis accensis concremetur et comburatur, ita quod penitus moriatur et anima a corpore separetur.
  • Dies irae,
  • differentias odorum?
  • erecta cervix, coma densa et cauda, ungularum soliditate fixa rotunditas. Se o cavalo de quem inferi a
  • Est ubi gloria nunc Babylonia?
  • facit quod ipsae res quae amantur, amanti aliquo modo uniantur et amor est magis cognitivus quam cognitio.
  • Facta est grando et ignis;
  • finis Africae.
  • fons paradisi de
  • Gratia vobis et pax,
  • heresia bogomila da ordo Bulgarie e da ordo Drygonthie
  • hereticam pravitatem stetit et conversatus fuit cum Fraticellis, vocatis Fraticellis della povera vita hereticis et scismaticis et eorum pravam sectam et heresim secutus fuit et sequitur contra fidem cactolicam et accessit ad dictam civitatem Florentie et in locis publicis dicte civitatis in dicta inquisitione contentis, credidit, tenuit et pertinaciter affirmavit ore et corde quod Christus redentor noster non habuit rem aliquam in proprio vel comuni sed habuit a quibuscumque rebus quas sacra scriptura eum habuisse testatur, tantum simplicem facti usum.
  • hic sunt leones.
  • Hoc spumans mundanas obvallat Pelagus oras terrestres amniosis fluctibus cudit margines. Saxeas undosis molibus irruit avionias. Infima bomboso vertice miscet glareas asprifero spergit spumas sulco, sonoreis frequenter quatitur flabris
  • In diebus illis
  • Johannem vocatum fratrem Micchaelem Iacobi, de comitatu Sancti Frediani, hominem male condictionis, et pessime conversationis, vite et fame, hereticum et heretica labe pollutum et contra fidem cactolicam credentem et affirmantem Deum pre oculis non habendo sed potius humani generis inimicum, scienter, studiose, appensate, nequiter et animo et intentione exercendi
  • Lacrimosa dies illa qua resurget ex favilla iudicandus homo reus: huic ergo parce deus! Pie Iesu domine dona eis requiem.
  • mon, man, tonte, piron, dameth, perfellea, belgalic, margaleth, lutamiron, taminon e raphalut.
  • mors est quies viatoris, finis est omnis laboris
  • mulier amicta sole
  • mulier amicta sole.
  • nigra sed formosa
  • nihil sequitur geminis ex particularibus unquam.
  • Nomen illi mors.
  • nomina sunt consequentia rerum,
  • O quam salubre, quam iucundum et suave est sedere in solitudine et tacere et loqui cum Deo!
  • Obscuratus est sol et aer.
  • Omne animal triste post coitum.
  • omnis ergo figura tanto evidentius veritatem demonstrat quanto apertius per dissimilem similitudinem figuram se esse et non veritatem probat.
  • omnis mundi creatura quasi liber et pictura nobis est in speculum
  • ordo monachorum,
  • peccant enim mortaliter, cum peccant cum quocumque laico, mortalius vero quando cum Clerigo in sacris ordinibus constituto, maxime vero quando cum Religioso mundo mortuo.
  • Primitus pantorum procerum poematorum pio potissimum paternoque presertim privilegio panegiricum poemataque passim prosatori sub polo promulgatas
  • Primogenitus mortuorum
  • Primogenitus mortuorum,
  • principes sederunt,
  • principium contentionis, e não admite consortium in amato, mas aquele de que fala Dionísio nos Nomes Divinos, em que mesmo Deus é dito ciumento propter multum amorem quem habet ad existentia
  • pronumptiata et promulgata
  • Pulchra enim sunt ubera quae paululum supereminent et tument modice, nec fluitantia licenter, sed leniter restricta, repressa sed non depressa
  • Qui non habet caballum vadat cum pede
  • Quia quorundam,
  • Quinti Sereni de medicamentis, Phaenomena, Liber Aesopi de natura animalium, Liber Aethici peronymi de cosmographia, Libri tres quos Arculphus episcopus Adamnano escipiente de locis sanctis ultramarinis designavit conscribendos, Libellus Q. Iulii Hilarionis de origine mundi, Solini Polyshistor de situ orbis terrarum et mirabilibus, Almagesthus
  • Ridens cadit Gaudericus Zacharias admiratur, supinus in lectulum docet Anastasius…
  • Secretum finis Africae manus supra idolum age primum et septimum de quatuor.
  • Sederunt principes et adversus me loquebantur, iniqui. Persecuti sunt me. Adjuva me, Domine, Deus meus salvum me fac propter magnam misericordiam tuam.
  • sic et non
  • Speculum amoris, de frei Massimo de Bolonha,
  • stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus.
  • stupra virginum et amores meretricum
  • Super thronos viginti quatuor,
  • super thronos viginti quatuor!)
  • Super thronos viginti quatuor.
  • taxae sacrae poenitentiariae,
  • terribilis ut castrorum acies ordinata.
  • Tertia pars terrae combusta est.
  • tolle et lege.
  • toto corpore fecerat linguam,
  • verbum mentis,
  • vitra ad legendum,
  • motus in amatum,
  • Requiescant a laboribus suis.
  • suppositio materialis,
  • amicta sole.
  • cingulum diaboli
  • Diadema imperii de manu Petri
  • Historia fratris Dulcini Heresiarche.
  • III. Expositio Magistri Alcofribae de cena beati Cypriani Cartaginensis Episcopi IV. Liber acephalus de stupris virginum et meretricum amoribus
  • intus et in cute,
  • ioca monachorum?

Dicionário

  • acróstico
  • acume.
  • aleluiático
  • algures.
  • anagógica,
  • anagogicamente
  • asserir,
  • asserira,
  • auctoritas
  • austro,
  • babélicas,
  • beguino
  • caligem.
  • cantáridas
  • cautamente
  • codicilos
  • coetâneo,
  • colombina
  • colóquio.
  • colorina, outro espartarcina,
  • comas
  • comiseração
  • concento
  • concionar,
  • consistório
  • contentar-te-ás
  • contubérnio
  • cordura.
  • danação
  • delfim,
  • delíquio,
  • dignidade abacial
  • díptico criselefantino
  • disquisição
  • divérbio
  • duas achas cruzadas,
  • entrementes
  • entretecidas
  • enxergão
  • Epítomes.
  • esbirro.
  • escólios,
  • esgar
  • exânime
  • exânime.
  • exéquias.
  • exigüidade
  • faldas
  • fâmulos
  • florilégio
  • gáudio
  • gonfaloneiro
  • gorar
  • hílare,
  • hiperurânio
  • hirta
  • inelutabilidade
  • inexaurível
  • iníquos,
  • insídia
  • jogral,
  • lenitivo
  • licenciosidade
  • locustas
  • mendazes
  • messes,
  • miliárias
  • miríficos
  • misser
  • misser o papa
  • modios
  • mofa.
  • muricina,
  • nártex
  • nártex.
  • nastro violeta
  • netúnico
  • neumas
  • opróbrio
  • parúsia,
  • passito,
  • pávidos
  • prelibada
  • prelibado
  • protérvia!
  • pudendas.
  • rapaces?
  • recamada,
  • regaço,
  • ressupino.
  • rufião.
  • salmodiar
  • sardônica,
  • sequazes
  • seráfica
  • simonia.
  • simoníaco
  • simoníaco.
  • sinédoque
  • sinédoque,
  • sólio.
  • talião
  • távolas
  • tecas
  • teríeis
  • Transigirei
  • trípode
  • vexilários?
  • vitupério
  • vocalises e melismas,
  • alhures.
  • anagógica
  • anátemas
  • aquilão
  • archotes.
  • bilha
  • bilioso.
  • biltres
  • birbantes,
  • carnífices,
  • catafalco,
  • catharoi,
  • cinabre,
  • circunfusa
  • cluniacense: O núcleo reformista mais importante deste período foi a abadia borgonhesa de Cluny, fundada em 910 por Guilherme, o Piedoso da Aquitânia, que logo criou uma verdadeira estrutura de dependências monásticas que promoveu a divulgação da arte românica.Como reação aos excessos da vida de Cluny, inteiramente dedicada à oração e acompanhada de um ascetismo moderado, nasceu em Oteaux (Borgonha) a ordem cisterciense, criada por São Roberto de Molesmes em 1098. A regra cisterciense propunha a pobreza, o trabalho e o silêncio e , no domínio da arquitectura, gerou um novo tipo de edifício, muito sóbrio mas magnífico pela pureza das linhas e pela perfeição do cordame.
  • cupidez
  • delíquio
  • diaspório,
  • dissenso
  • douto
  • dulcinianos
  • ecpirose
  • encanecido
  • encastoadas
  • epítome
  • errabundas
  • esmoler
  • esmoleres,
  • estouvado,
  • estrídula.
  • exagitado
  • exânime,
  • exéquias
  • extático,
  • fâmulos,
  • fleugmático
  • fraticello.
  • fúlgida
  • inopinadamente
  • insidiosa
  • insignes
  • ínsito
  • inviso
  • invisos
  • José trepou num módio,
  • legação.
  • levante
  • liame
  • libelo
  • liotarda
  • litanial
  • lóculos
  • lúbricos
  • manto era cor de múrice,
  • marta
  • meatos
  • mendaz,
  • menoritas,
  • módio
  • mole
  • mormente
  • mozarábico,
  • mulíebres
  • nastro
  • nefandas
  • nefandas,
  • palafreneiros
  • paterinos
  • paterinos e cátaros
  • paterinos e valdenses, e talvez cátaros, arnaldistas e humilhados,
  • paterinos, cátaros, joaquimitas, espirituais
  • pegas,
  • perno
  • perno,
  • perspicuidade,
  • pestífero,
  • pingue
  • plurimas
  • podestades
  • predicatória:
  • pulvísculo
  • quodlibetária
  • rapinas
  • refocilados,
  • ribaldos
  • sandeus,
  • setentrião,
  • sextário,
  • sicômoro,
  • sinais.
  • solércia,
  • súcias
  • sufumígios
  • traganta,
  • trânsfugas
  • truões
  • tugúrios
  • túrbidas
  • um coxim de púrpura,
  • valdenses, beguinos, beatos, fraticelli e dulcinianos.
  • venefício,
  • venustidade,
  • verbigratia,
  • vexilárias?
  • vicissitude
  • vígil
  • capadores, lotores, protomédicos, pauperes verecundi, necrófilos, afrates, atrementes, cruzados, alacerbados, relicários, afarinhados, sedutores, iuccos, coquinos, spectinos, mutuadores e atarantados, acones e admiracti, cagnabaldos, falsobordones, advindos, alacrimantes e afarfantes.
  • grei
  • guiões,
  • hebetude.
  • heresiarca,
  • hidropisia,
  • hílare.
  • histrião,
  • impenitência,
  • incipit,
  • Persignei-me.
  • eflúvio
  • insignes
  • irrisão,
  • lorigada
  • mole
  • nefandas
  • obtundia
  • pingue
  • refocilados,
  • solércia,
  • venefício,
  • vituperar
  • amanuense
  • dissenso
  • douto

Demais

  • Mas como foi, disse admirado, que vós conseguistes resolver o mistério da biblioteca olhando-a de fora e não o resolvestes quando estáveis lá dentro? Assim Deus conhece o mundo, porque o concebeu em sua mente, como se estivesse de fora, antes que fosse criado, enquanto nós não conhecemos a regra, porque vivemos dentro dele encontrando-o já pronto.
  • Pelas sete igrejas de Clonmacnois!
  • afastara novamente, e há pouco, porque estava na cozinha
  • Apocalipse de Leão e Castela,
  • Apocalipse do Beato de Liébana,
  • aqueles com as plantas dos pés viradas para trás, de modo que quem os segue olhando as pegadas chega sempre ao lugar de onde vêm e nunca aonde vão,
  • Aqui ele começa a pensar em como o labirinto foi feito
  • Aspirava a um mundo diferente, que, nos tempos em que fugiu da casa dos seus, pelo que me disse, tomava o aspecto do país da Bem-aventurança, onde nas árvores, que exsudam mel, crescem formas de queijo e cheirosos salsichões.
  • assegurar este homem à justiça,
  • assembléia de monstros arrotados pelos abismos da terra desconhecida,
  • azulada, Tecla avermelhada, Daniel leonina, João tridina,
  • barcos de iniqüidade, sepulcros caiados, focos de vícios!
  • bogomilos dalmácios.
  • cada muro tinha duas janelas, e cada torreão cinco.
  • capítulo de Perugia
  • cenocroca de corpo de asno, chifres de cabrito montês, peito e fauces de leão, pé de cavalo, mas bipartido como o de boi, um talho da boca que chega até às orelhas, a voz quase humana e, no lugar dos dentes, um único osso sólido. E existe a besta mantícora, de cara de gente, uma tripla fileira de dentes, o corpo de leão, a cauda de escorpião, os olhos glaucos, a cor de sangue e a voz semelhante ao sibilo da serpente, ávida de carne humana.
  • clareza a razão pela qual os abades beneditinos tinham dado proteção e refúgio aos franciscanos espirituais,
  • Coena Cypriani.
  • concílio lateranense de 1179
  • Construção da frase
  • consultei-as freqüentemente como a um oráculo,
  • costela de um delfim.
  • creio que os abades achavam que um poder excessivo do papa significava um poder excessivo das cidades, enquanto minha ordem tinha conservado intacto o seu poder durante os séculos, justamente em luta contra o clero secular e os mercadores citadinos, colocando-se como mediadora direta entre o céu e a terra, e conselheira dos soberanos.
  • Cum inter nonnullos, em que eram condenadas definitivamente as teses do capítulo de Perugia.
  • é sempre melhor que quem nos dá medo tenha mais medo que nós.
  • Ele concordou, e matou quase quinhentos. Depois saiu da torre com os filhos dos judeus, e pediu aos pastorzinhos para ser batizado. Mas os pastorzinhos lhe disseram: tu fizeste tamanho morticínio de tua gente e agora pretendes escapar à morte? E fizeram-no em pedaços, poupando as crianças, que mandaram batizar.
  • Ele vai falar do que swntge pela moça. Tem umas passagens interessantes poeticas.
  • enigmas de Sinfósio
  • enigmas de Sinfosio,
  • erva que se chama satirion,
  • Explica como sair do labirinto.
  • Frase bonita
  • Frase com crase
  • heresia dos paterinos.
  • indecentemente implume de corpo,
  • Livro do frenético desejo do devoto de aprender os enigmas das antigas escrituras
  • Mateus num escabelo,
  • meu coração se atordoava de doçura ao vibrar de um climacus ou de um porrectus, de um torculus
  • Na
  • Não consigo mais distinguir a diferença acidental entre valdenses, cátaros, pobres de Lyon, humilhados, beguinos, beatos, lombardos, joaquimitas, paterinos, apostólicos, pobres lombardos, arnaldistas, guilhermistas, sequazes do livre espírito e luci-ferinos.
  • nomeava como seus lugares-tenentes a pérfida Margherita (uma mulher) e Longino de Bérgamo, Frederico de Novara, Alberto Carentino e Valderico de Brescia.
  • o obstinado enfurecer-se das vozes ctônias não esmorecia,
  • O que significa essa frase?
  • o sono diurno é como o pecado da carne: quanto mais se tem mais se quer, contudo nos deixa infelizes, satisfeitos e insatisfeitos ao mesmo tempo.
  • Os monastério eram que se achavam a ligação entre o reino terreno e o celeste, e não o clero secular que seriam os padres bispos e papa, mais preocupados com poder político .
  • Os paterinos são um movimento de reforma dos costumes dentro das leis da santa madre igreja. Eles quiseram sempre melhorar o modo de vida dos eclesiásticos.
  • Os valdenses pregavam uma reforma dos costumes no interior da igreja, os cátaros pregavam uma igreja diferente, uma visão diferente de Deus e da moral. Os cátaros achavam que o mundo estava dividido entre as forças opostas do bem e do mal, e tinham construído uma igreja em que se distinguiam os perfeitos dos simples crentes, e tinham seus sacramentos e seus ritos; tinham constituído uma hierarquia muito rígida, quase tanto quanto a da nossa santa madre igreja e não pensavam absolutamente em destruir qualquer forma de poder. O que te explica por que aderiram aos cátaros até mesmo homens de mando, proprietários, feudatários.
  • Os valdenses, ao contrário (e com eles os arnaldistas ou os pobres lombardos), queriam construir um mundo diferente sobre um ideal de pobreza, por isso acolhiam os deserdados, e viviam em comunidade, do trabalho das próprias mãos. Os cátaros recusavam os sacramentos da igreja, os valdenses não, refutavam somente a confissão auricular.
  • outro cardina e outro marinha, outro arvorina
  • para assemelhar-se aos apóstolos, que ainda eram judeus, Gherardo Segalelli fez-se circuncidar, o que vai contra as palavras de Paulo aos Gálatas — e tu sabes que muitas santas pessoas anunciam que o Anticristo vindouro virá do povo dos circuncisos
  • para que vossas vísceras se contorçam de susto e os vossos dentes batam até cortar-vos a língua, e o gelo que se formará em vosso sangue faça descer um véu escuro sobre vossos olhos
  • pastores seculares, que eram os padres e os bispos, ignorantes e corruptos, já agora pronos aos interesses das cidades, onde as ovelhas não eram mais tanto agora os bons e fiéis camponeses, mas sim os mercadores e os artesãos. À
  • Penetrarei logo nesse deserto imenso, perfeitamente plano e incomensurável, em que o coração verdadeiramente pio sucumbe bem-aventurado. Afundarei na treva divina, num silêncio mudo e numa união inefável, e nesse afundar-se será perdida toda igualdade e toda desigualdade, e naquele abismo meu espírito perderá a si mesmo e não conhecerá nem o igual nem o desigual, nem nada: e serão esquecidas todas as diferenças, estarei no fundamento simples, no deserto silencioso onde nunca se viram diferenças, no íntimo onde ninguém se encontra no próprio lugar. Cairei na divindade silenciosa e desabitada onde não há obra nem imagem.
  • Personagem
  • Personagem
  • Personagem
  • Personagem
  • Pessoa
  • Pessoa
  • Pessoa
  • pode esse sinal de interrogacao no meio?
  • Pontuação
  • porque ou repetiam o que já dizia o corão, e portanto eram inúteis, ou contradiziam o livro sagrado dos infiéis, e portanto eram prejudiciais.
  • porque penso que aí há uma relação, entendeis?, uma relação possível, ou
  • porta clausa, fons hortorum, cella custos unguentorum, cella pigmentaria!
  • Practica officii inquisitionis heretice pravitatis
  • Pro imperio era interessante pq significava que a igreja tinha ser pobre, consequentemente s dinhero sem poder.
  • Qual a relação dele com os signos?
  • quando os inimigos verdadeiros são demasiado fortes, é preciso então escolher inimigos mais fracos.
  • Que evento é esse ?
  • que se abria de modo bastante impudente no peito,
  • Quem Será ?
  • recitando o Miserere em vez da prédica,
  • Repara por exemplo neste país, o maior filósofo de nosso século não foi um monge, mas um boticário. Estou falando daquele florentino
  • rigor do donatista, a loucura suicida do circuncelião, a luxúria do bogomilo, a orgulhosa pureza do albigense, a necessidade de sangue do flagelante,
  • se dizia dos cátaros que eram búlgaros e sodomitas).
  • Segalelli trazia consigo uma apóstola, uma certa Tripia ou Pripia, que pretendia ter o dom da profecia.
  • sem o consenso do papa não poderia permanecer muito tempo à testa da ordem.
  • sendo por isso o portal jubilosa promessa de concórdia,
  • senhor destas plagas,
  • silencioso e elusivo porque consciente de não ter nada a dizer.
  • Sion
  • sorrento (por quê?), Moisés do gaditano, Isaac do cretense, Arão do adriano, Zaqueu do arbustino, Tecla do arsino, João do albano, Abel do campano, Maria do signino, Raquel do florentino.
  • suas lentes. Muito interessante, repetiu. O indicador e o polegar estão escuros nas pontas, o médio apenas na parte interna, e levemente.
  • terra dança a dança de Macabré,
  • tinham feito suas as teses dos espirituais sobre a pobreza de Cristo; e do intrico que se formara unindo os franciscanos ao império,
  • Todos poderiam ter apagado o incêndio da igreja, ninguém sabia agora como.
  • tratava-se dos versículos do Apocalipse de João,
  • três as espécies de som, vox, flatus, pulsus,
  • Uso de há pouco
  • Gott ist ein lautes Nichts, ihn rührt kein Nun noch Hier…
  • Er muoz gelîchesame die Leiter abewerfen, sô Er an ir ufgestigen ist… Se diz assim?