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2021

CHE

Publicado em 1968, um ano após a morte de Che em 1967, vendeu 60 mil cópias, foi proibido pela ditadura argentina em 1973 e as cópias remanescentes junto das prancha originais foram destruídas. O livro ressurge quase 20 anos depois do outro lado do Atlântico, na Espanha em 1987. É assim que a quarta capa do quadrinho nos apresenta a obra.

As pás cavam com dificuldade, terra imparcial, hostil para os vivos, hostil para os mortos.

Em Che, de Héctor Oesterheld, Alberto e Enrique Breccia, somos conduzidos pelos périplos de Guevara pela América Latina, desde sua infância com asma, o curso de medicina, as visitas aos leprosários da América do Sul, ida e fuga da Guatemala, ida ao México, sua atuação na Revolução Cubana, sua ida ao Congo e sua morte na Bolívia.

Inicialmente não gostei da arte das primeiras páginas do quadrinho, contudo me trouxeram a sensação de sufocamento, atmosfera abafada, úmida e calorenta que uma floresta tropical deve impor a quem por ela se adentra.

Num texto de apoio, Enrique nos conta que foi produzido em três meses (foi seu primeiro quadrinho) e reforça que não foram eles, Enrique e seu pai Alberto, que destruíram as pranchas originais, mas os militares. Esclarece ainda uma lenda de que seu pai teria enterrado um exemplar no jardim e enviado 20 anos depois ao editor espanhol; ele acredita que o exemplar chegou através das mãos de algum colecionador.

Uma obra que traz a vida do revolucionário Che Guevara, feita por três dos maiores nomes dos quadrinhos argentinos, que quase desapareceu por completo, ressurgindo 20 anos depois num outro continente são alguns dos temperos que criam a mística sobre a obra.

Sejam sempre capazes de sentir no seu mais profundo ser qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa do mundo. - Che

Lacunas

[Em construção]

Perguntas que me ficaram ao ler a obra.

Cronologia

1955

Encontro com Fidel no México

1959

Fulgêncio Batista foge de Cuba

1964

Ditadura militar no Brasil

1967

Che é morto na Bolívia

1968

CHE é publicado na argentina

1973

CHE é proibido na Argentina

1977

Desaparecimento de Oesterheld na Argentina

1987

CHE reaparece na Espanha

Sumário

Localização de algumas frases ou temas que me chamaram atenção na obra.

  • 13p - As pás cavam com dificuldade, terra imparcial, hostil para os vivos, hostil para os mortos.
  • 35p - O lucro é dos outros, as doenças pulmonares são nossas. Velhos aos trinta, já não têm mais mulheres, só bebida e folhas de coca.
  • 35p - Amigo é aquele que sente a mesma dor.
  • 37p - O que importa é o lucro, as pessoas são o de menos. Índios broncos, pobres porque querem.
  • 37p - A reforma agrária, o pecado máximo, afeta a United Fruit Company.
  • 37p - O "Comunismo" é pretexto para tudo, qualquer coisinha justifica uma invasão.
  • 39p - Encontro com Fidel no México.
  • 53p - A bandeira do M-26-7.
  • 67p - Quem tem poder não quer entender sua política. Ou a entendem bem demais, e por isso a destroem.
  • 68p - Os mísseis russos em Cuba.
  • 68p - Desilusão com Rússia e China.
  • 69p - Abaixo o homem-lobo, está na hora do homem novo.
  • 69p - "Se cada um limpar sua calçada a cidade toda vai brilhar." [O quadrinho dá a entender que a fala é do Che].
  • 70p - "... Cada um de nós, sozinho, não tem valor algum." - Che
  • 70p - "Sejam sempre capazes de sentir no seu mais profundo ser qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa do mundo" - Che.
  • 71p - Ida ao Congo.
  • 75p - Morte na Bolívia.

Semana 2021-09-06

Belém das Sombras

Belém vem se mostrando como plano de fundo para histórias de terror, mistério e crime. Um dos primeiros, talvez o primeiro, a trazer à cena esta cidade para literatura seja o Edyr Augusto Proença em livros como Belhell e Pssica.

"Desconheço um livro regional, anterior ao fim da década de 1990, que tenha como cenário uma urbanidade amazônica tão decadente, decrépita, violenta e corrupta, como a demonstrada pelo paraense Augusto". - Relivaldo Pinho sobre Os Éguas (1998).

Essa semana caiu no meu radar Belém das Sombras, projeto do Catarse de 2020 organizado por Andrei Simões pela Pyro Books.

uma série antológica ficcional cujos contos de terror e horror retratam os medos e angústias do belenense, um ser urbano, em uma cidade que engoliu a floresta, mas continua cercada por ela. E, nesse perene conflito ecológico de costumes entre o antrópico e o natural, tenta sobreviver em uma das realidades mais violentas do mundo. - Catarse

A cidade em breve deve estrear nos streamings através do trabalho do Ivan Mizanzuk sobre o caso Os Meninos Emasculados de Altamira.

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Paulo freire

Em 25 de setembro de 1987 a Folha publicava esta pérola

Desinformado Após o Movimento de 64, o educador Paulo Freire estava preso no 14º Regimento de Infantaria, em Recife. Motivo da prisão: o método de alfabetização de adultos criado por Paulo Freire, considerado subversivo pelos militares. Um dia, Paulo Freire conversava com um capitão do presídio, que lhe fez um pedido: - Professor, o senhor não quer aplicar seu método para nossos recrutas? Há muitos analfabetos entre eles e é um serviço que o senhor prestava ao país enquanto estiver aqui. - Mas, capitão, é exatamente por causa do método que eu estou aqui - respondeu o educador.

Achei através da Vera Iaconelli.

Cazuza e Ney Matogrosso

"Ney, eu queria te mandar 1000 rosas, mas não tive tempo de roubá-las." - Cazuza

Achei em @brsileirissimos.

Bob Dylan no Brasil

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Coca-cola e apropriação cultural

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